Já que este é o primeiro post decidi começar falando do filhotinho, daquele bebê lindo que você comprou, ganhou ou adotou e que além das bagunças e travessuras traz para o seu lar um mar amor e felicidade. Este pequenino, pode e deve passar por uma avaliação oftálmica assim como a consulta de clínica geral e vacinações. Meu conselho é que ele seja avaliado profilaticamente por um veterinário especializado em oftalmologia por volta dos seis a oito meses de idade. E porquê? Primeiramente porque alguns filhotes já nascem com alterações chamadas congênitas que podem interferir e muito na acuidade visual e até cegueira como é o caso da catarata. Além disso as raças que estão em evidência hoje como pug, buldogue francês e inglês, shih tzu  entre outros quem têm o focinho curto e os olhos "saltados" ou exoftálmicos (ou seja olhos mais expostos devido a órbita rasa) tem grande predisposição a ter alterações de pálpebras e cílios que causam grandes pertubações para  a superfície ocular. Sendo assim é de suma importância que essas alterações quando presentes sejam detectadas e corrigidas assim que possível. Não é raro, infelizmente, na minha rotina atender cães muito jovens perto de um ou dois anos de idade em que essas alterações acabaram causando lesões na córnea muitas das vezes irreversíveis. Isso é muito triste porque na maioria dos casos se essas alterações tivessem sido corrigidas antes e o tutor devidamente orientado esses olhinhos provavelmente teriam sido polpados. Nunca me esquecerei do caso de uma buldogue inglês, fofa e dorminhoca que tive o prazer de conhecer e ajudar. Quando consultei pela primeira vez ela tinha 2 anos, com um lesão grande na córnea de um dos olhos, cílios mal posicionados e pálpebras inferiores invertidas levando os olhos a ficarem semi abertos. A tutora me relatou que desde filhote  ela nunca havia ficado com os olhos completamente abertos e era muito sonolenta. Ela passou por procedimento cirúrgico para correção destas alterações e no último retorno pós cirúrgico, cerca de 3 semanas depois ela me encheu de alegria. A tutora relatava que ela não era mais dorminhoca e que pelo contrário estava muito ativa e arteira e os olhos sempre abertos. Acredito que as dores que ela sentia geravam a apatia e consequentemente ela dormia mais que o normal. Tem coisa melhor na vida? Com base na história clínica dela posso afirmar que se ela tivesse sido avaliada por um oftalmo quando filhote certamente não teria sofrido dessa forma com dor nos olhos durante longos dois anos. Finalizando recomendo que todo filhote de raça ou SRD passe por uma avaliação oftálmica pensando sempre em prevenção para que eles possam continuar felizes e aprontando por muitos e muitos anos. Até a próxima.

Obs:  Já estava esquecendo, essas duas gostosuras da foto são minhas, são dois machos da raça Shih tzu (Theo e Nino)  e vocês ainda vão me ver falando muito deles por aqui!